sábado, 17 de março de 2012

Hereditariedade VS Meio – Obesidade


 "Será preciso admitir que os homens não são homens fora do ambiente social, visto que aquilo que consideramos ser próprio deles, como o riso ou o sorriso, jamais ilumina o rosto das crianças isoladas."  
 Lucien Malson, "Les Enfants Sauvages"




A obesidade pode ser ocasionada por distúrbios glandulares e por modificações hormonais que, raramente, são suas principais causas.
Esta pode também ser ocasionada por uma forma compulsiva de comer exageradamente, o que, entretanto, não é muito frequente. É provável que essas pessoas o façam por frustrações ou por problemas associados à própria obesidade.
O peso em excesso pode ser de origem hereditária. Mesmo que façamos um programa de exercício físico e de alimentação semelhante a outra pessoa, os resultados podem ser diferentes porque os organismos reagem de maneira diferente de pessoa para pessoa.
Sobre este tema temos a parte hereditária e a parte do meio. Há uma grande probabilidade de um individuo vir a ser obeso ou com excesso de peso se na sua família se encontrar pessoas com a mesma doença. Por outro lado, o meio também tem alguma influência sobre esta epidemia do século XXI. Hoje em dia, somos invadidos por inúmeros anúncios publicitários que movem enormes quantidades de pessoas, como por exemplo o McDonald’s. Este tipo de circunstâncias influencia muito a obesidade, tornando-se muito difícil dizer qual das duas variáveis é a mais dominante.
O modo exato como ocorre transmissão genética ainda não é conhecido. O tipo de obesidade varia conforme o ambiente social, económico e as influências psicológicas.
A obesidade, seguramente, não é causada por relaxamento, ou por falta de vontade própria das pessoas, muito pelo contrário, a obesidade predispõe a problemas psicológicos e psiquiátricos.



Estudo – componente prática:
Foram avaliadas 4 famílias, através do protocolo de IMC, para homens e mulheres adultas, cada uma delas constituídas entre 3 a 5 pessoas, num estudo em que o objectivo foi verificar qual a influência familiar sobre as questões relacionadas com o excesso de peso e obesidade hereditária.
Como resultados podemos observar que para a família 1 os valores foram de 34, para o pai (obeso, com risco moderado) e de 25 para a mãe e para o filho, ambos classificados como sobrepeso e com risco médio alto. Estes valores estão representados no gráfico 1.

No gráfico 2 representamos os valores do IMC para a família 2, onde foram encontrados valores de 33 para o pai, classificado como obeso, com risco moderado; de 29 para a mãe, classificada como pré-obesa e com risco aumentado e de 24 para a filha, classificada como peso normal e risco médio.

Para a família 3, composta pelo pai, mãe e filha, observamos valores de 26, classificado como pré-obeso e com risco aumentado para o pai; de 25 e classificada como sobrepeso e risco médio alto para a mãe e de 26, classificada como pré-obesa e com risco aumentado para a filha. Estes valores estão representados no gráfico 3.


No gráfico 4 representamos os valores do IMC para a família 4, composta por 5 pessoas. Encontrados valores de 29 para o pai, classificado como pré-obeso, com risco aumentado; de 45 para a mãe, classificada como obesa mórbida e com risco muito severo; de 20 para o filho 1, classificado como peso normal e risco médio; de 17 para a filho 2, classificado como baixo peso e baixo risco e de 27 para o filho 3, classificado como pré-obeso e risco aumentado.

 Em suma, depois de analisar este estudo, podemos afirmar que na maioria dos casos, o factor obesidade é uma questão que deve ser tratada a nível familiar, pois, normalmente, onde os pais se apresentam com sobrepeso, ou obesos, a tendência para os filhos seguirem na mesma linha é bastante elevada.
Muitos factores contribuem para o desenvolvimento da obesidade, como predisposição genética, estilo de vida, factores sócio-culturais e étnicos. Além disso, os maus hábitos alimentares e a falta de exercício também são responsáveis pelo crescimento da doença.
A preocupação maior está na dificuldade do tratamento, mas o principal meio de combate deve ser a prevenção, como por exemplo o exercício físico. Porém mais da metade da população adulta é sedentária ou inactiva e isso tem atingido também as crianças.
Mais uma vez fica claro que a prática de exercício deve ser incentivada para toda a família. O importante é criar o hábito e o interesse por uma vida activa.


Conclusão sobre o tema Hereditariedade VS Meio:

É um erro, estabelecermos relações de causa-efeito entre o meio e a hereditariedade na influência do Q.I. ou comportamentos. Trata-se sim, de uma correlação, isto é, o meio e a hereditariedade interagem em conjunto com a personalidade de cada um. Por exemplo, não podemos ter como certo que um indivíduo com um nível socioeconómico baixo tenha um Q.I. baixo, é provável mas não determinante.
No fundo, meio, hereditariedade e personalidade actuam em conjunto na formação da personalidade do indivíduo.
Por fim, podemos concluir que o Homem, será apenas aquilo que dele fizerem. Este é lançado na Terra, sem forças físicas nem ideias inatas, tanto na selva como na mais civilizada das sociedades. Um filósofo alemão, de nome Jaspers afirma que “são as nossas aquisições, as nossas imitações e a nossa educação que nos transformam em homens do ponto de vista psíquico”.
Comportamento humano é a expressão da acção manifestada pelo resultado da interacção de diversos factores internos e externos que vivemos, tais como, a personalidade, a cultura, as expectativas, os papéis sociais e as experiências. O que nos torna humanos vai muito para além da nossa herança genética e biológica. É fundamental ter em conta as dimensões social e cultural para que possamos compreender os seres humanos e a forma como se comportam. Tornamo-nos humanos através da aprendizagem de formas partilhadas e reconhecíveis de ser e de nos comportarmos. O Homem, depois de analisar, racionalmente, a realidade, tem a capacidade de se adaptar ao meio onde vive, de escolher qual o melhor caminho para atingir determinado objectivo, de tomar decisões, e muitas outras capacidades. Estas devem-se à cultura.






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