domingo, 1 de abril de 2012

Desenvolvimento Motor na Infância



          O desenvolvimento é um processo contínuo que começa com a vida, isto é, na conceção, e a acompanha, sendo agente de modificações e aquisições. A sequência do desenvolvimento no período pré-natal é fixa e invariável. O crescimento e as mudanças nele inerentes são ordenados e, na maioria das vezes, ocorrem em sequências invariáveis. Existem vários tipos de desenvolvimentos na criança, como por exemplo o desenvolvimento detrítico, físico, sensorial e motor. Nesta publicação escolhemos abordar o desenvolvimento motor da criança.

          Existe um aumento no interesse em compreender o recém-nascido bem como as suas habilidades iniciais,visto que se constacta que, as primeiras experiências de vida são muito importantes no seu desenvolvimento. No desenvolvimento motor observamos as mudanças no comportamento motor que envolve tanto a maturação do sistema nervoso central, como a interacção com o ambiente e os estímulos dados durante o desenvolvimento da criança.
À nascença, o bebé tem todas as áreas corticais formadas, no entanto, isto não significa que o desenvolvimento cerebral esteja concluído. Ao longo do crescimento, observam-se modificações alucinantes do córtex, com a construção de ramificações e contactos entre células.
 Todo o desenvolvimento da criança começa da cabeça para os pés. Os movimentos da criança quando nasce são dispersos e descoordenados. Estes movimentos resultam de reflexos automáticos e involuntários que servem como resposta a estímulos do meio. Os reflexos iniciais vão sendo aperfeiçoados, e o bebé vai conseguindo praticá-los de forma mais controlada.
O desenvolvimento motor da criança ocorre em 3 tipos de progressões:

a) Progressão Céfalo-caudal, onde o desenvolvimento avança da cabeça seguindo da cintura escapular, abdominal, pélvica até aos membros inferiores. Ex.: o período neonatal, os bebés controlam primeiro a musculatura da cabeça, pescoço e tronco e só mais tarde das pernas e dos pés
b) Progressão próximo-distal, o desenvolvimento avança do centro do corpo para as partes externas. Acontece em relação aos processos de crescimento do corpo e nos ganhos de habilidade motoras. Ex.: a criança ganha mais depressa controle no tronco do que nos pés ou mãos.
c) Progressão da acção concentrada para específica. A capacidade motora do bebé segue um sentido que vai das acções globais para as específicas. Esta regra permite-nos perceber porque não faz sentido pedir que as crianças façam movimentos precisos.

  • Em seguida mostramos um quadro síntese de alguns dos movimentos infantis com os respectivos meses em que eles se adquirem:


 


  • A corrida como exemplo da coordenação destes processos

A evolução normal da corrida constitui um bom exemplo da coordenação destes processos. Como refere Rigal (1985), «a corrida exige a coordenação dos movimentos dos braços e das pernas, a intervenção dos músculos agonistas e antagonistas, assim como uma força suficiente para receber o peso do corpo sobre uma perna após a impulsão da outra; inclui uma fase aérea durante a qual não há contacto com o solo. A criança começa a correr por volta dos dois anos mas apresenta ainda muitas dificuldades para parar de repente ou mudar de direcção. Depois dos quatro anos, registam-se grandes progressos e um melhor controlo da entrada em acção, da paragem e das mudanças de direcção, o que permite a utilização da corrida no jogo.»

Finalmente, quando a criança nasce, é praticamente só reflexo, mas poucos meses depois, já tem reacções pensadas e complexas. A divisão do desenvolvimento motor da criança em várias fases é relativa pois cada criança vai se desenvolver de acordo com os estímulos que recebe. Claro que o desenvolvimento básico como gatinhar ou caminhar vão ocorrer da mesma forma em todas as crianças, pode é não ser na mesma faixa etária.

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